CRIANÇAS
A Criança que há em mim
e a Criança que há em ti
querem se dar as mãos.
Querem se reencontrar:
se religar.
Não as impeças.
Não frustres, não temas
sua transcendente inocência,
sua incontrolável leveza,
seu dom de evasão
e redescoberta.
As Crianças.
As Crianças em nós
só querem brincar.
Querem subir nas árvores,
saltar de copa em copa;
querem singrar oceanos.
Exorbitantes do tempo,
dos conceitos e muros;
altivolantes para além do dia,
nadam em meio aos astros,
apagando os rastros
das estrelas viajantes.
Azuis e douradas, nos abandonam na noite.
E, em meio ao dia, nos atravessam -- atenta...
Giram como pés-de-vento. As Crianças de nós.
Nada pudera detê-las, às Criança azuis,
douradas, estelares. Não te abales em tentar.
Elas só sabem amar e amar.
As Crianças que há em nós,
-- repara:
já têm as mãos enlaçadas.
Igor Buys
01/04 de agosto de 2017
Kristiana Pelse
