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SÓ OS CORNOS SÃO FELIZES

Só os cornos são felizes no amor — ao menos, enquanto dure a sua ilusão absurda, o seu castelo de cartas e aparências —; nós, os amantes, somos os que vemos as amadas irem embora para os braços e a cama de um idiota que as venera como entidades protetoras do lar; somos nós os que conhecemos a face humana de toda mulher e, por isso mesmo, as amamos: nós, os amantes, somos os grandes sofredores voluntários, os que tragamos o "pathós" de amar, seu mel, seu fel e seu veneno; nós e, outrossim, as amadas que, a mais de amadoras, são também amantes; — só os cornos são felizes.

Igor Buys

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