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MANIFESTAÇÕES FÓBICAS SOBRE O NOVO DECRETO DAS ARMAS

Vamos retomar a linha de raciocínio sobre a “flexibilização das regras”, palavras do jornalista Reinaldo Azevedo, concernentes ao transporte de armas pelos CAC, os quais já possuem porte legal para tais armas desde o governo Temer, mais exatamente, desde março de 2017, ainda segundo Azevedo. O título do artigo do jornalista “Bolsonaro põe 250 mil armados nas ruas...” é um tanto sensacionalista. Essas 250 mil armas, como ele próprio ratifica, já estavam nas ruas há mais de dois anos. Sem mencionar o fato de uma parcela grande a levantar dos CAC ser formada de militares, policiais, advogados: pessoas que já possuíam porte funcional de armas.

Então, qual o impacto social e político do decreto de Bolsonaro numa semana em que Lula deu entrevistas importantes e a renovação politica já se avista clara no horizonte? O impacto é zero: rigorosamente nenhum. A concessão do porte aos CAC durante o governo Temer ganhou pouquíssima repercussão na mídia. E agora a mera “flexibilização das regras” sobre transporte desses equipamentos gera manifestações fóbicas desfocadas, como a de Leonardo Boff, que vê nisso a formação potencial de uma Gestapo brasileira…

Ora, não será a burguesia armada para a prática de um esporte caro que irá chegar a alterar dramaticamente os números sobre o extermínio sistemático de negros, retirantes e das populações carentes no País. Ao contrário, se houver de um a três casos anuais, ou, indo além, se chegar a haver perturbadores cinco casos num ano de mortes “em legítima defesa” de patrimônio pela burguesia como resultado não apenas do decreto de 07 de maio, mas de toda uma cultura de ódio e armamentismo, isso ressoará como uma onda gigantesca de violência justiceira por parte da população “de bem” contra os “criminosos”. O que funcionará como um véu de fumaça para os números realmente enormes do genocídio e da purificação étnica levados a cabo pelo Estado todos os dias.

Bolsonaro com tal decreto tudo que pretendeu foi ratificar a sua adesão irrestrita à política do Partido Republicano estadunidense, que dá muita ênfase para o armamentismo, e onde se aninham os setores que, numa espécie de passe de mágica, o inventaram como presidente da república do dia para a noite.

Fustigado de todos os lados, temendo a possível inviabilidade de terminar o seu mandato, o néscio que tomou assento no Planalto foi agarrar as calças listradas do Tio Sam, eis o significado do decreto de terça passada, em si mesmo um fato político de somenos importância.

Igor Buys

13 de maio de 2019

Charge - Bolsonaro

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