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O TOURO E O TEMPO (TAUROMAQUIA II)

I – Touro-tempo O touro na arena não pode ser morto. O escarlate da muleta, a espada, a cutilada não matam o touro no touro, apenas proclamam seu termo no tempo. Mas o termo do touro dá-se no tempo do trágico dionisíaco, do que se perfaz ao fim da trama

do drama para jamais poder ser destruído. O touro é ilimitado, invulnerável. Não almeja a vitória, não compreende a fuga o medo a derrota. O touro nunca pára de investir de atacar de combater de ser o rio e o mar de si mesmo. O touro é um processo puro de coragem de ser. E o toureiro o que tenta é espelhar-se no touro,

opondo-se a este,

para realizar-se plenamente em sua própria essência tal como o bicho que é taurino até a última gota de sangue de vapor de tempo. O toureiro o que tenta é superar a si mesmo e ao touro mas não se superam pássaros com aviões de aço, nem tampouco touros com o tempo dos trompetes. II – Minotauro O minotauro é o homem, enquanto besta e enquanto espírito cativo em sua própria arte: o labirinto, o engenho sem limites, cerrado para fora, infinito por dentro; a tourada de Picasso, o fio da princesa, a espada de Teseu: a separação entre animal e alma, cabeça e espírito. III – La Muerte Del Torero Verde  Touro. Amarelo, vermelho.                     cavabeçalo                     cabevaçalo                     tortuoreiro. Igor Buys In Versos Íncubos, 2014

Reprodução: La Muerte del Torero; Pablo Ruiz Picasso

Reprodução: La Muerte del Torero; Pablo Ruiz Picasso

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