SAUDADE
Saudade é dor que faz sorrir E rir como topada no joelho.
Depois que deixei de te ver, Passei a ver-te mais e melhor.
Tenho aprendido ao silêncio De tuas formas uma cadência: Nova valsa de gelo e sombra.
Minha mão executa misteres Que o coração não percebe. Me pego esculpindo em papel... Um barco, mais um; um chapéu.
Pingos do mar que te abraça Riscam a vidraça sobre o trovão. Trepidação. Tiquetaque de volta.
Jogo buraco com o meu rival, Mas ele sabe tudo d’eu-mesmo.
Saudade é uma rosa amarela. É uma jarra improvisada. Anel. Fronha de ferro. Sonho sozinho.
Igor Buys In "Versos Íncubos"