HORIZONTE (PELA PRIMEIRA VEZ)
Eu te amo sem cobiça e sem veneração.
Como quem vê as estrelas, que se nos dão pequeninas,
mesmo contendo tanta grandeza, luz e tamanha altivez.
Eu te amo, sabendo que não és anjo, senão mulher.
E quem estiver ao teu lado terá a tua entrega total,
a qual não pode ser menos bela que a primavera
de mil lábios, mil flores abertas derramando perfume,
inebriando de pólen o corpo, a alma, o coração extasiado.
Eu te amo em segredo, mas sem timidez ou limite.
Sei que tenho o dever de te fazer saber tanto como
o de não me conduzir de modo inconveniente;
não tem cabimento esconder o mar, nem esse amar,
cabe, sim, construir uma nau capaz de singrar seu azul,
essa paz, e fazer do turbilhão motor, da paixão, sol-pôr.
Eu te amo como quem ama pela primeira vez.
E, pela primeira vez, vê terra, mel e pomo além do horizonte.
Igor Buys
12 de março de 2019
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