TELEPATIA
Quando fazia amor com ela, cerrava os olhos apertando-os e mergulhava muito fundo como fugisse ao entorno como buscasse — a outra para além da tona do real lagoa adentro de sua morna, morena acolhida. Um dia, enquanto o fazia ela me bateu, me esmurrou as costas, várias vezes... E urrou. Saí de dentro dela e a fitei. Atônito... Estava triste, ferida; virou-se. (Teriam meus pensamentos sussurrado pelos poros...) Estava tudo acabado. Não foi necessária palavra. Estava tudo entendido. De algum modo. Telepaticamente. Igor Buys 17 de novembro de 2010
In Versos Íncubos, 2014
Picasso; Retrato de Eva Gouel
