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CRIVELLA, A RENOVAÇÃO PELA TOLERÂNCIA E UMA — VISÃO LIBERTADORA

A Universal é discriminada no meio evangélico por três motivos.

Primeiro: é a mais popular, a “mais povo” das denominações, algumas das quais chegam a ser nitidamente voltadas, na formulação da linguagem com que trabalham, dos projetos que desenvolvem e até na feição dos ambientes físicos para a classe média.

Segundo: porque apenas cresceu muito, gerando a terrível mazela da inveja, que o cristianismo não soube elidir dos corações, nesses dois milênios de sua presença entre nós.

Terceiro: por ser a mais arejada, a — menos preconceituosa de todas as denominações, lançando mão, por exemplo, de vários elementos de sincretismo, como o sal grosso e a arruda, além de chamas azuis e outras influências do esoterismo. A Universal chegou a dialogar bem com o PT: a esquerda mais pura e purista: mais popular e claramente vinculada ao proletariado e aos movimentos classistas.

O senador Crivella, que foi ministro da Presidenta Dilma, neste momento, durante sua campanha para a prefeitura do Rio de Janeiro, dá o tom de uma nova visão política à liderança da Igreja.

Ao se posicionar, insistentemente, contra a intolerância religiosa e de gênero, contra o racismo e toda forma de discriminação, Crivella, político mais importante da Universal, opera uma — renovação fundamental.

A discussão sobre gêneros, e.g., é muito nova e tem levado todos, inclusive, no seio da milenar Igreja Católica, a rever posições. Pouco tempo após sua ordenação, o Papa Francisco se posicionou contra o casamento entre pessoas de mesmo sexo. Que saiba, ainda não reviu tal posição, mas, recentemente, pediu desculpas, em nome da Igreja, aos homoafetivos por tantos séculos de perseguição.

Bem, voltando à renovação operada pelo bispo Crivella dentro da brasileiríssima e carioca Igreja Universal do Reino de Deus, precisamos levar em conta a possibilidade racional de uma reaproximação da denominação com o PT: temor máximo da direita, como se constata, estes dias, diante da fúria da Veja, da Globo e das celebridades “globais” contra o honrado senador em questão.

Sim: depois de ter arrazoado longamente contra o golpe em curso no País, desde 2013, com ápice em 2016, e ares de que continuará em curso; depois de tão belas e bem construídas sustentações em prol da manutenção da democracia, Crivella parece ter cedido às pressões do momento histórico, o que, consta, teria sido recebido, com justiça, pelo PT, e por Lula, pessoalmente, como uma infidelidade dolorosa.

Porém, se a Universal e a Rede Record, em algum momento, supuseram que, em fazendo eco aos uivos golpistas conseguiriam inserção no rol das mídias familiares submissas ao capital e aparelhadas pelo colonialismo, desde os anos sessenta, a esta altura, tal ilusão já se desfez por inteira, é certo.

A campanha difamatória e incriminadora contra Crivella já é uma das mais infames e violentas da História do Brasil. A campanha de Freixo em si, se a insularmos, artificialmente, para fins de exame, das ações da Veja e da Globo: é digna de Hitler. E tudo isso somado faz prova inequívoca do ódio discriminatório indelével que nutre a extrema direita pela Igreja Universal.

PT e Universal têm isso em comum: nunca serão perdoados ou aceitos pela direita.

E esse ponto de contato convida, inelutavelmente, a uma reflexão profunda sobre o futuro do Brasil.

Diga-se, preliminarmente: Lula, como grande articulador que é, conseguiu ter aliança com Crivella sem comprometer o apoio que sempre possuiu da Igreja Católica progressista.

E, em seguida, suponhamos que a Rede Record, que já acolhe o jornalista Paulo Henrique Amorim como apresentador, desde 2006, decidisse acolher também, numa, por assim dizer, represália santa, o seu projeto jornalístico mais importante: o Conversa Afiada, em forma de programa de televisão... Comercialmente, pensemos juntos, o polêmico programa não teria potencial de ser um cataclísmico sucesso? Um sucesso de audiência capaz de fazer sombra a carros-chefe da Rede Globo, por exemplo?

Difícil até imaginar que algo assim não viesse ao encontro de anelos antigos e perfeitamente legítimos do bispo Edir Macedo. Afinal, vivemos sob o regime da liberdade de iniciativa; não?...

Agora, sonhemos um pouco adiante; suponhamos que, além do Conversa Afiada, a Rede Record considerasse acolher, ainda, o Espaço Público, de Paulo Moreira Leite, e o Brasilianas.org, de Luís Nassif, que já foram, ambos, programas de televisão, nos dias áureos da TV Brasil pré-golpista.

Ora, avancemos um pouco mais ainda! Sem medo de sermos felizes! Imaginemos que a Record decidisse mudar a linha editorial do seu jornalismo, contratando, quiçá..., um jornalista Ricardo Melo para torná-la mais afim da renovação operada pelo bispo senador Marcelo Crivella, durante os importantíssimos dias desta campanha em que se vê envolvido.

Emir Sader, PML e Tereza Cruvinel talvez pudessem ser comentaristas de um novo Jornal da Record... Um telejornal comprometido com a verdade e voltado a temas de interesse popular e nacional, como o é o Repórter Brasil — que, frise-se, leva o nome de uma ONG coordenada por Leonardo Sakamoto —, mas com um diferencial tonitruante em relação ao noticioso do nosso (um dia) indefectível canal de televisão público: seria competitivo.

Seria quase que brutalmente polêmico, chego a visualizar. E, finalmente, capaz de desbancar o Jornal Nacional e reescrever a História do Brasil, atraindo, naturalmente, maior investimento em publicidade por parte de um governo progressista e maior interesse por parte de personalidades como Lula e Dilma, ou mesmo um Chico Buarque, em dar entrevistas exclusivas.

Essas antevisões, caro leitor, não são absurdos, nem são algo a ser ignorado ou menosprezado por qualquer das partes envolvidas; nem pela esquerda e pelos brasileiros com S, nem pela Universal e pela Record, em vista do que está sendo feito a Crivella pelos chacais mencionados. Não, essas antevisões não são absurdos! E devemos ter em mente, inclusive, que o outro lado, a direita, a Globo, a Veja e quetais, neste mesmo momento, antevêem — exatamente isso! e, como se diz popularmente, “dão uma enorme bandeira” de que o fazem. Eis um Sinal, e podemos chamá-lo assim, sem sombra de dúvida, que não deveria passar por entre os dedos de nenhuma pessoa inteligente neste País.

Igor Buys

24 de outubro de 2016

 

RETORNOS DOS SENADORES GLEISI HOFFMANN E MARCELO CRIVELLA

Recebi retornos sucintos por parte da senadora Gleisi Hoffmann e da equipe do senador Marcelo Crivella em relação ao texto acima, que enviei, pela manhã, a ambos, através do Facebook.

Estava em trânsito, quando o celular acusou o recebimento das mensagens, as quais chegaram quase que concomitantemente; a da senadora, poucos minutos mais tarde.

O feedback da parte do prefeito Marcelo Crivella se inicia com a frase "Muito interessante seu texto, Igor", e, ao depois, se alonga um pouco mais, a consignar o que aparenta ser uma mensagem padronizada de campanha.

A senadora Hoffmann, uma das pessoas que, não escondo, mais respeito e admiro, pede desculpas por uma demora em responder, que, certamente, não houve, e agradece por outras mensagens minhas anteriores, em que lhe desejo força.

Brinquei com suas excelências, — não abrindo mão de ser protocolar, já que sou um servidor público —, ao comentar que tinha para mim o aspecto de uma "jesuscidência" o fato de responderem quase que simultaneamente e, em função disso, pedi permissão para o mencionar, aqui, no meu blogue.

Afinal, bons presságios são sempre bem-vindos em épocas difíceis. E, como ensinam as Sagradas Escrituras: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5:9).

 

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