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A "REVOLUÇÃO TODDYNHO" DE 2013, O BLACK BLOC E GEORGE SOROS

Trechos das anotações feitas entre 2013 e 2014,

a que titulei '360 Noites com o Black Bloc'

publicadas no sítio — Dilma na Rede

O nome de Soros foi suscitado, por exemplo, quando a pergunta "Is George Soros Behind Occupy Wall Street"? ganhou as manchetes da Reuters, da Rede RT, da imprensa nacional.

E, coincidência ou não, vale dizer que, quando a Mídia Ninja começou a se destacar internacionalmente pela cobertura das ações diretas do Black Bloc no País, uma foto tirada por integrante desse coletivo de jornalista, durante os “protestos”, no Brasil chegou logo à capa da revista Adbusters.

Pois foi precisamente quando se acusou a revista da Adbusters Media Foundation de receber, através de manobras mal disfarçadas, verbas oriundas dos institutos de Soros com o escopo de repassá-las a engajados — ou infiltrados — no movimento Ocupar, nos EUA, que a pergunta supramencionada sobre o sombrio financista repercutiu tão alto.

[...]

Podemos, não obstante, insistir em Soros como figura icônica de uma linha ideológica que, — sem qualquer sombra de dúvida, é a mesma do Anonymous e, outrossim, do Black Bloc. Aliás, é o Black Bloc que torna isso mais claro e inelutável, na medida em que saltam às vistas as afinidades entre a atuação desta organização e os movimentos antipatrióticos de direita chamados “revoluções coloridas”, notória e assumidamente financiados e orquestrados pela Soros Foundation, em cooperação mais que provável com outras entidades, inclusive estatais, como a USAID. Tais movimentos tiveram lugar no Leste Europeu, após o retrocesso político-econômico que lá se observou: ao movimento articulado na Ucrânia se deu o nome de Revolução Laranja; ao que sucedeu na Geórgia, de Revolução Rosa — sem mencionar os processos consentâneos ocorridos na antiga Iugoslávia, com os “Protestos de 05 de Outubro”, e no Quirquistão, onde se verifica outra Revolução Rosa, ou, facultativamente, das Tupilas. Não se mencione tão-pouco, a Revolução Branca, na Biolorrússia, que malogrou, prevalecendo a democracia; nem a Revolução Púrpura, que sucede à invasão norte-americana do Iraque, ou converge com esta. Não se mencione, ademais, a Revolução Azul, ocorrida no Kuwait, a Revolução dos Cedros, no Líbano; a Revolução Verde, tentada em vão contra a democracia iraniana, ou sequer os protestos chamados, curiosamente, de Revolução Twitter, insuficientes para impedir a posse dos comunistas eleitos, democraticamente, na Moldávia. Ao conceito de “primaveras” de ocidentalização árabe também não se faça referência.

Na entrevista que concedeu ao Roda Viva [http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/689/entrevistados], em 18 de junho de 2007, Soros anuiu em ser chamado de “estadista sem Estado”, que colabora com “organizações filantrópicas” em mais de sessenta países e, no Brasil, investe no “combustível verde” , o etanol. Consentiu, ainda, em ser designado o homem que quebrou o banco da Inglaterra e não desmentiu a acusação de ter provocado a crise financeira asiática, de 1997, nem a de ser — co-responsável pelas “revoluções coloridas” na Geórgia e na Ucrânia, gabando-se, ainda, de própria voz, das centenas de milhões que teria investido em subversão de direita na Rússia, após o retrocesso. Com relação aos EUA, o manipulador internacional disse, vagamente, que o país precisa “mudar sua maneira de pensar”, e consignou não se alinhar nem com os republicanos, nem, tão-pouco, com os democratas, pretendendo, inequivocamente, representar uma terceira via político-social. Soros, na entrevista, assumiu para si, ademais, a ridícula descrição de: um homem que ganhou uma fortuna com o capitalismo — sendo, até hoje, um tubarão plenamente atuante — e, em paradoxo, se apresentar como “um dos maiores e mais poderosos críticos” desse referido sistema. Diz ele que, hoje, seu objetivo é “fazer um mundo melhor”. Publicou nove livros, entre os quais A Era da Insegurança, que aborda as conseqüências da dita Guerra contra o Terror. Tentou, às claras, derrubar W. Bush, por seu nacionalismo, com doações de campanha e, às vésperas das eleições presidenciais brasileiras de 2002, através da mídia internacional, com ares e poderes de profeta financeiro a que todos os investidores certamente ouviriam temerosos, lançou a declaração-bomba de que Serra ganharia as eleições, ou, do contrário, sob Lula, o Brasil imergiria no caos econômico. Soros alegou ter aversão à manipulação na esfera política... ; não se furtou a deixar documentado que acredita na globalização e, outrossim, — em melhorar esse processo; o seu filósofo é Carlos (Karl) Popper, em referência a quem ele fala o tempo todo em “sociedade aberta”.

Entanto, diferindo, sem dúvida, da de Popper, a “sociedade aberta” de Soros não tem fronteiras nem bancos centrais ou, sequer estatais, podendo ser resumida pelo lema internacional do Black Bloc:

No borders, no banks . Um lema antianarquista em essência, inclusive na sua dimensão econômica, já que Proudhon, o pai do anarquismo, propõe a criação do Banco do Povo e do Banco do Câmbio, centrais em seu modelo.

[...]

O homem que quebrou o banco da Inglaterra pugna, constantemente, quando entrevistado, pela não-interferência dos bancos centrais na economia, ou seja: pela inexistência de tais bancos, o que só poderia se fazer acompanhar da inexistência dos Estados nacionais mesmos.

Assim, se o neoliberalismo — corrente autodenominada “libertária” dentro do liberalismo econômico —, pretende um Estado mínimo, a ideologia de Soros, que é, inequivocamente, a mesma do Black Bloc, vai adiante, um passo mais à direita, anelando pela extinção cabal do Estado, dos Estados, todos eles, para o assomar da ditadura global das grandes corporações.

Igor Buys

08 de agosto de 2013

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