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A CULTURA IANQUE E O MASSACRE DOS MENORES


Sobre o atirador de Realengo

A TV azula na sala escura os pensamentos de quem já não pensa, só pensa os hematomas torturados de seus dias. A TV azula na sala surda, na sala de aula escurecida e absurda, onde tudo emperra em câmara lenta; onde uma noite americana ácida derrama triâng- ulos lilases sobre poças de sangue marrom e dia e em meio àquilo em meio àquilo morto, aquilo torto e triste pisoteiam alunos e bedéis da cena anterior: TV trincada: chuvisco. A cultura ianque ensina a necrofilia e o riso diante da morte do inimigo. A cultura ianque ensina que ser muçulmano é uma boa forma de impingir o medo, canalizar as fúrias; cumpre, então, ser mulçumanianque ou muçulmano conforme a ótica irlandesa e a propaganda de guerra antiárabe. Cumpre ser também militar bater a continência rígida de olhos vidrados e amar os animais, que os animais são anjos iguais ao próprio não pensante pensador: incomunicáveis incompreendidos imperscrutáveis nos sentimentos herméticos mas vulneráveis e famintos (os animais) — sós, sentindo frio. É de mister amar os animais diz a cultura ianque que inventou o orkut e deu imput na alma do não pensante lambedor de feridas. É importante ter várias armas de preferência revólveres como os de Clint Eastwood, como os de Billy, the Kid, o incompreendido-enfurecido angelical e muçulmano: sim: todo caubói é muçulmano como o próprio não pensante matutador, matador e indefeso. É importante escrever a frase-parágrafo sem pontos de respiração que o não pensante não precisa respirar e como um bonde calmo em seu trilho triturante passar por sobre esmigalhados argumentos sem sentido: que inteligente ser lunático! e assim não ver vida. Tudo pronto: bilhete escrito, é tempo de passar à história. A TV está acesa na sua mente represa e Chuck Norris caminha a seu lado passo após mormaço rumo ao destino trágico. Pelas ruas de sangue sua sina se inscreve: é dia de viver pra sempre, ser notado ser lembrado por todos os ianques como o vilão, como o feio como o repulsivo qual o monstro mas nunca mais... (como a vítima). Chuvisco. Igor Buys 10 de abril de 2011

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